domingo, fevereiro 26, 2006

O Local

Não acredito na proposta de Filipe Soares Franco em relação á construção de um pavilhão que sirva os interesses do Clube. Aliás esse tema tem sido mencionado com profunda incoerência não só pelo candidato a Presidente, mas também por parte de alguns dos seus mais influentes apoiantes.

Nem percebo como pode ser inserido no discurso do actual presidente co-optado a construção de um pavilhão, quando o seu projecto aponta claramente para o encerramento de todas as modalidades desportivas, com excepção do futebol.

Sim, ele afirma que não as quer encerrar, mas que elas devem conseguir subsistir por si próprias, mas alguém me pode explicar como é que uma modalidade subsiste sem o trabalho dedicado e interessado dos dirigentes que gerem o Clube?

Filipe Soares Franco, que sabemos bem abomina o “amadorismo”, a quem apenas interessa o futebol, ou melhor, o “prestigio” e poder que o futebol lhe pode dar, vai dedicar-se de alma ao desenvolvimento de uma politica desportiva global para o Sporting??!!

Por tudo isto, devemos acreditar que existe a séria intenção de construir um pavilhão para a prática das amadoras? E mesmo que aquilo que descrevi fosse apenas uma teoria de conspiração de quem só gosta de “dizer mal”, estaria o Sporting em condições, depois de amortizar a imensa divida com os bancos e de investir no futebol (que é a prioridade) de se meter numa nova “aventura” imobiliária?

Como não acredito nessa hipotese, creio que a melhor solução para o Sporting seria utilizar uma instalação já existente, como aliás tem vindo a acontecer desde há alguns anos a esta parte.

No entanto a escolha do local deveria ser criteriosa, evitando ao máximo uma deslocação para áreas ou com fraca implementação Leonina ou simplesmente demasiado afastadas de Lisboa.


Pessoalmente gostaria de ver o Sporting e a Camara Municipal chegarem a um acordo para a utilização do pavilhão Carlos Lopes, que além de se enquadrar no cenário a que aludi, representa muito para a cidade e também para os Sportinguistas, ou não tivesse o nome de um dos nossos maiores Campeões e tivessem brilhado lá as nossas glórias do hóquei patinado.

Em conversa com um amigo arquitecto, ele dizia-me que a reformulação daquele espaço, que actualmente se encontra bastante degradado, implicaria um grande investimento (algo na ordem dos 12 a 15 milhões de euros) e que essa opção não faz neste momento sentido porque desportivamente a cidade possui recursos alternativos de qualidade.

No entanto falávamos de uma estratégia de aproveitamento global do espaço, no sentido mais polivalente, ficando preparado para uma grande quantidade de funções que iriam muito para lá da prática desportiva.

Além do mais diz-se que o terreno onde o pavilhão está edificado valerá uma pequena fortuna e que existem grupos de pressão (quem sabe algum liderado por actuais dirigentes... nunca se sabe) que prefeririam arrasar com o lugar e aproveitar as potencialidades do terreno.

Ora creio que no meio termo e a curto/médio prazo, o Sporting poderia fazer cair a balança para uma opção limitada de utilização desportiva, participando com a sua força e a promessa de utilização frequente daquele equipamento, de forma a que a Camara se interesse por recuperar e manter em condições minimas um espaço que continua na memória colectiva da cidade.