sábado, abril 15, 2006

Faltou atitude...

... mas a mentalidade foi a mesma de (quase) sempre.

As equipas verdadeiramente vencedoras procuram no mínimo levantar-se e fazer-se respeitar logo depois de uma derrota... no Sporting de há muitos anos (descansem os pró “Cambalhotas”, que a mensagem não se limita ao período do Projecto) a mentalidade tem sido atirar a toalha, o que normalmente se traduz por um abandono e uma falta de entrega que invariavelmente nos faz perder o pouqíssimo a que ainda podiamos almejar.

Se depois da derrota da semana passada o unico que poderiamos esperar era ver os nossos jogadores levantarem a cabeça e combaterem com as forças de que ainda disponham, hoje viu-se que esse interesse já não existe... ou pelo menos não existiu na Amadora.

Há duas épocas, depois do empate em Alvalade com o porto, estava convencido que o avanço de que dispunhamos sobre o adversário que vinha atrás seria suficiente para garantir o segundo lugar... enganei-me.

Neste momento acho que o avanço que temos sobre o adversário que vem atrás, independentemente do que este conseguir no seu jogo que decorre a esta hora, nos permitirá manter o segundo lugar e assim aceder á Champions de forma directa.

Mas essa confiança deriva mais do facto de achar que quem vem atrás não tem qualidade para nos alcançar, que própriamente por confiar na estabilidade do nosso plantel.

Assumo, como sempre o fiz antes, que existe um défice (mais um) de qualidade do plantel, que apesar dos “acertos” a que foi sujeito não é nem de longe um plantel equilibrado e onde faltam os elementos necessários para dar mais classe á equipa e sobretudo a possibilidade de impormos vários estilos de jogo, durante a própria partida.

Certamente foi feito um razoavel trabalho de recuperação do ânimo com que os jogadores encaravam os jogos, a disponibilidade destes também se foi alterando para melhor com o passar dos encontros, mas não se cura uma “doença” com quase trinta anos em meia dúzia de meses e com o recurso a dois ou três jogadores “apenas” de razoavel qualidade ou um discurso mais eloquente e ambicioso.

A mentalidade dos Leões

Uma equipa não pode ser considerada uma “maravilha” só com seis meses de trabalho ou com um título conquistado. Em 2000 esse erro foi cometido, depois de iniciado um caminho muito similar ao que percorremos desde Outubro passado.

Voltou-se a “embandeirar em arco” em 2002, quando em apenas três anos se conseguiram alcançar alguns feitos de relevo, nomeadamente os dois títulos nacionais e a taça de Portugal. E atenção que não estou a menosprezar o que foi alcançado, porque o foi com trabalho e querer, mas necessitamos continuidade e regularidade.

Não sei se o rumo actual vai continuar ou se será alterado próximamente, mas seguramente estou CONVENCIDO que a atitude habitual de se “endeusar” os que atingem o “serviço mínimo obrigatório” deve ser posta de lado, assumindo uma mentalidade mais guerreira e sobretudo EXIGENTE com todos aqueles que trabalham e/ou servem o Sporting. Apoiar certamente, mas não cegamente, e lembrando-nos sempre que os níveis de exigência devem ser altos e constantes, para não sermos postos perante a visão degradante de exemplos como o dos primeiros 45 minutos deste principio de noite.